01/11/1980 – Folha de São Paulo – Projeto fora do Proálcool criticado
Se o governo decidir declinar parte da produção do álcool para o Japão, o mais justo será ceder o direito de fabricação do produto a empresários nacionais, ao invés de entregá-lo a investidores daquele País. Este é o ponto de vista de Luiz Lacerda Biagi, do Grupo Zanini, ao complementar a disposição do Ministro do Planejamento Delfim Neto, em convidar empresários japoneses para produzir o seu próprio álcool no Brasil, fora do contexto do Proálcool.
''Não podemos nos esquecer de que o custo de produção de um litro de álcool
brasileiro esta na casa dos 20 cruzeiros. Se nós o exportarmos, venderemos a um
preço pouco inferior ao litro da gasolina comercializada no varejo do país
comprador. Agora se o Japão vier a produzir seu próprio álcool aqui, estaremos
perdendo toda aquela diferença acima dos 20 cruzeiros"- explica Lacerda Biagi.
Nos cálculos do empresário da Zanini, se o governo abrir esta participação ao capital nacional, em um mês ele deverá receber aproximadamente 100 projetos agroindustriais canavieiros. Isto porque o empreendimento do álcool carburante é autofinanciável e ainda muito mais atraente se a sua produção for destinada ao mercado exterior.